sexta-feira, 15 de junho de 2018

O fim dos dias dos namorados - Fecaloma punk

A pós-modernidade liquidou o amor. Para que haja amor, é preciso relações constantes e relativamente estáveis. Perante a fragmentação de todas as relações sociais, o amor à primeira vista é, na pós-modernidade, impossível. Ama-se a cada encontro, uma pessoa diferente de cada vez; depois, a separação sem volta. Histórias como Romeu e Julieta são interditadas na pós-modernidade, pois aqui o que importa são as sensações imediatas e voláteis. O amor, ao contrário, é um sentimento duradouro, quase religioso, metafísico. É possível amar para sempre e nunca ser correspondido, mas não na pós-modernidade. No mundo de hoje, as relações são efêmeras e não duram mais que uma noite. É o fim do dia dos namorados.

A canção da banda Fecaloma “Fins de semana de solidão” parece traduzir bem o espírito das relações amorosas na pós-modernidade.


Fins de semana de solidão
Por acaso eu te encontro
Longe de mim
Às vezes, me olha
Fica na sua
E me provoca
Mas nas horas que se vão
Não há tempo pros nossos sonhos
Eu chego junto
E você foge
Desentendida
Me mata de vontade

Porque só temos essa noite
Amanhã te perderei nas multidões

Fins de semana de solidão
Por acaso eu te encontro
Me desespero
Você disfarça
Eu imploro
Você acha graça
E Nas horas que se vão
Não há tempo pros nossos sonhos
Mais um pouco
Não sei se te vejo
Me dê uma chance
Ou te roubo um beijo

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