A pós-modernidade liquidou o amor. Para que haja amor, é preciso relações constantes e relativamente estáveis. Perante a fragmentação de todas as relações sociais, o amor à primeira vista é, na pós-modernidade, impossível. Ama-se a cada encontro, uma pessoa diferente de cada vez; depois, a separação sem volta. Histórias como Romeu e Julieta são interditadas na pós-modernidade, pois aqui o que importa são as sensações imediatas e voláteis. O amor, ao contrário, é um sentimento duradouro, quase religioso, metafísico. É possível amar para sempre e nunca ser correspondido, mas não na pós-modernidade. No mundo de hoje, as relações são efêmeras e não duram mais que uma noite. É o fim do dia dos namorados.
A canção da banda Fecaloma “Fins de semana de solidão” parece traduzir bem o espírito das relações amorosas na pós-modernidade.
Fins
de semana de solidão
Por
acaso eu te encontro
Longe
de mim
Às
vezes, me olha
Fica
na sua
E
me provoca
Mas
nas horas que se vão
Não
há tempo pros nossos sonhos
Eu
chego junto
E
você foge
Desentendida
Me
mata de vontade
Porque
só temos essa noite
Amanhã
te perderei nas multidões
Fins
de semana de solidão
Por
acaso eu te encontro
Me
desespero
Você
disfarça
Eu
imploro
Você
acha graça
E
Nas horas que se vão
Não
há tempo pros nossos sonhos
Mais
um pouco
Não
sei se te vejo
Me
dê uma chance
Ou
te roubo um beijo
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