A Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, também chamada de Igreja Ortodoxa ou Igreja do Oriente, surgiu no contexto histórico conhecido como o primeiro Grande Cisma da Igreja, resultado das divergências entre as igrejas de Roma (Igreja Católica Apostólica Romana) e de Constantinopla, que remontam à divisão entre as capitais, respectivamente do Império Romano do Ocidente e do Oriente, na era de Justiniano I (565). No bojo desse processo, muitos cristãos entendiam que a capital religiosa devia coincidir com a capital civil e, na época, a falta de transporte acessível e comunicação tornavam intransponíveis as diferenças de ordem local.
Portanto, a cisão se deveu
mais a fatores políticos do que propriamente teológicos. Do ponto de vista
político, a igreja de Constantinopla se recusava a aceitar a autoridade do Papa
como chefe de todos os cristãos. Do ponto de vista teológico, algumas
diferenças de culto e confissão foram causadas por questões linguísticas
relativas à diversidade da língua em relação ao entendimento das escrituras sagradas. Daí que a tradução,
muitas vezes equivocada, dos textos doutrinais e litúrgicos do grego para o
latim e vice-versa engendrou discórdias e incompreensões que ultrapassaram a
esfera da exegese bíblica e da filosofia cristã.
No ano de 867, sucedeu a
primeira ruptura durante o patriarcado de Fócio. O cisma oficial ocorreu em
1054 quando Miguel Cerulário era o Patriarca de Constantinopla. Recusando-se a
reconhecer a autoridade do Papa, Cerulário fechou as igrejas latinas em sua
cidade e na Bulgária, passando a repreender não só o Papa mas também os bispos
romanos por certas práticas consideradas heterodoxas, como, por exemplo, usar
pão não fermentado para a Eucaristia, jejuar no sábado, comer carne com sangue
e, sobretudo, porque a igreja de Roma ensinava que o Espírito Santo procede do Pai
e do Filho (Cláusula Filioque).
Assim, a várias igrejas
orientais, que possuíam um rito próprio caracterizado por especificidades étnicas
e geográficas e que seguiam o patriarcado de Constantinopla, Jerusalém, Antioquia
e Alexandria, também aceiram a separação.
Seguindo o mesmo princípio, Moscou
se colocou à frente de uma igreja autóctone (1589), seguida pela Grécia, em
1850, Bulgária, em 1870, Sérvia, em 1879, e Romênia, em 1885.
Houve, no entanto, cisões dentro
do cisma, constituindo igrejas dissidentes: nestorianos (Iraque e Síria) e
monofisistas (Igreja Copta, Igreja da Etiópia, Igreja Jacobita-Síria, Igreja
Malabar-Jacobita e a Igreja Armênia).
A doutrina da Igreja Ortodoxa
é quase idêntica a de Roma (Sacramentos, Sacerdócio, Eucaristia). Todavia, os
sacerdotes ortodoxos não têm celibato obrigatório, podendo se casar.
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