sábado, 20 de dezembro de 2025

Análise Feminista de Drácula, de Bram Stoker

 A ilustração de Drácula, observada pela ótica feminista, propõe uma releitura significativa do universo criado por Bram Stoker ao deslocar o foco tradicional — centrado no poder masculino do vampiro — para a pluralidade, a agência e a força das figuras femininas.  No centro, Drácula aparece como eixo simbólico do poder patriarcal: elegante, imponente, silencioso, vestindo trajes aristocráticos que remetem à autoridade histórica masculina. No entanto, ele não domina a cena de forma isolada. Ao seu redor, as mulheres ocupam o espaço visual com igual — ou maior — protagonismo. Seus corpos não são apresentados como objetos de desejo passivo, mas como sujeitos autônomos, conscientes de si, de seus saberes e de sua força.  Cada mulher é representada com identidade própria: diferentes traços, roupas, gestos e expressões. Algumas empunham armas, outras livros ou símbolos de conhecimento, sugerindo que o poder feminino se manifesta tanto pela ação física quanto pela inteligência, pela memória e pela transmissão do saber. A presença de tatuagens, armaduras e vestimentas elaboradas rompe com o estereótipo da feminilidade frágil, substituindo-o por uma imagem de feminilidade plural, ativa e estratégica.  A lua cheia ao fundo — tradicionalmente associada ao ciclo feminino, à intuição e à transformação — reforça a leitura simbólica da cena: essas mulheres não são meras extensões do vampiro, mas forças que orbitam, desafiam e, em certa medida, reconfiguram sua autoridade. O círculo que envolve o grupo lembra tanto um vitral gótico quanto um espaço ritualístico, evocando irmandade, coletividade e ancestralidade feminina.  Sob essa perspectiva feminista, a ilustração subverte o imaginário clássico de Drácula, no qual as mulheres frequentemente aparecem como vítimas, tentadoras ou figuras a serem controladas. Aqui, elas surgem como protagonistas do horror, não submissas ao medo, mas conscientes de sua potência dentro dele. O vampirismo deixa de ser apenas metáfora da dominação masculina e passa a dialogar com temas como emancipação, resistência e redefinição do poder.  Assim, a imagem transforma o mito de Drácula em um campo de disputa simbólica, onde o feminino não é mais silenciado ou punido, mas afirmado como força central, múltipla e insubmissa dentro do imaginário gótico.

Introdução

Drácula (1897), de Bram Stoker, é um clássico do terror gótico que, sob a superfície de uma história de vampiros, revela profundas ansiedades da era vitoriana sobre gênero e sexualidade. De uma perspectiva feminista, o romance reflete os medos patriarcais em relação à emancipação feminina, conhecida como o movimento da "Nova Mulher" (New Woman), que defendia independência, educação e direitos para as mulheres no final do século XIX. O vampirismo simboliza a sexualidade transgressora, especialmente a feminina, vista como ameaça à ordem social. Enquanto personagens como Mina Harker representam a mulher ideal – pura, submissa e útil –, outras, como Lucy Westenra e as noivas de Drácula, encarnam o perigo da libido feminina descontrolada. Essa dicotomia reforça estruturas patriarcais, punindo a expressão sexual feminina enquanto tolera inversões de gênero em homens.

O Contexto Vitoriano e a "Nova Mulher"

Na era vitoriana, as mulheres eram confinadas a papéis domésticos: virgens puras ou mães dedicadas. Qualquer desvio era visto como degeneração. Stoker, influenciado por esse conservadorismo, responde ao surgimento da Nova Mulher – feministas que questionavam o casamento obrigatório e buscavam autonomia.

Críticos como Carol A. Senf argumentam que Stoker era ambivalente: ele admira traços "masculinos" em Mina (inteligência, racionalidade), mas os justifica dizendo que ela tem "cérebro de homem". Isso reflete o medo de que mulheres independentes ameaçassem a masculinidade. O Conde Drácula, como invasor estrangeiro, simboliza não só o "outro" imperial, mas também a corrupção da feminilidade inglesa "pura".

Personagens Femininas: Anjo vs. Monstro

A análise feminista destaca a dicotomia madona/prostituta nas mulheres de Drácula.

Mina Harker: A Mulher Ideal e Proto-Feminista?

Mina é inteligente, usa tecnologia (máquina de escrever) e contribui ativamente para derrotar Drácula, organizando diários e usando sua conexão psíquica com o vampiro. Alguns críticos a veem como empoderada, representando potencial feminista.

No entanto, os homens a excluem das decisões para "protegê-la", e ela aceita submissamente, reforçando o patriarcado. Sua "pureza" é restaurada ao final, tornando-a mãe. Mina não subverte totalmente o sistema; ela é útil, mas domesticada.

Lucy Westenra: A Sedutora Punida

Lucy, bela e flirtante, recebe três propostas de casamento. Após ser vampirizada, torna-se hipersexual: "descontroladamente erótica", seduzindo crianças e homens. Sua transformação em "Bloofer Lady" (vampira que ataca crianças) simboliza o medo da maternidade invertida e da sexualidade feminina ativa.

A cena de sua estaca – penetrada por Arthur enquanto os homens observam – é carregada de erotismo violento, uma "gangbang" simbólica que restaura a ordem patriarcal. Críticos como Phyllis Roth veem isso como punição pela sexualidade transgressora.

As Noivas de Drácula: O Desejo Feminino Puro

As três vampiras no castelo são agressivas e sedutoras, invertendo papéis: atacam Jonathan Harker, tornando-o passivo (posição "feminina"). Elas representam o desejo lésbico ou feminino não controlado, inspirado em obras como Carmilla de Le Fanu. Elizabeth Signorotti sugere que Stoker "corrige" o lesbianismo de Carmilla, punindo o desejo feminino independente.

Sexualidade, Inversão de Gêneros e o Vampirismo como Metáfora

O ato de morder o pescoço é uma metáfora sexual: penetração e troca de fluidos, evocando medos de doenças venéreas e gravidez indesejada. O vampirismo "corrompe" mulheres puras, transformando-as em predadoras sexuais – uma crítica à liberação feminina.

Há inversões: Jonathan é quase "violado" pelas noivas, assumindo passividade feminina. Drácula força Mina a beber seu sangue, invertendo a penetração. Isso reflete ansiedades sobre homossexualidade (Stoker escreveu após a prisão de Oscar Wilde) e fragilidade masculina.

Conclusão: Um Romance Misógino ou Ambíguo?

De perspectiva feminista, Drácula é conservador: pune mulheres sexualmente ativas e reforça o patriarcado, com homens restaurando a ordem via violência. No entanto, a ambivalência de Stoker – admirando inteligência feminina enquanto a contém – revela rachaduras no sistema vitoriano. Mina, em particular, antecipa mulheres modernas, usando conhecimento para sobreviver.

O legado é complexo: o romance perpetua estereótipos, mas inspira análises queer e feministas modernas. Em um mundo pós-#MeToo, Drácula nos lembra como o terror reflete medos sociais sobre gênero. Recomendo leituras como "Dracula: Stoker’s Response to the New Woman" de Carol Senf para aprofundamento.

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Entre os dias 19 de dezembro (sexta-feira) e 23 de dezembro (terça-feira) de 2025, a Livraria Online Ariadne vai liberar nove eBooks inéditos completamente GRATUITOS para download na Amazon. Para saber quais títulos disponíveis, AQUI.

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As Travessuras das Cinco Estrelinhas de Andrômeda, de Nilza Monti Pires

A imagem mostra a capa de um livro infantil intitulada “As Travessuras das Cinco Estrelinhas de Andrômeda”, escrita por Nilza Monti Pires, cujo nome aparece no topo da capa em letras grandes e azuis.  A ilustração apresenta um céu azul vibrante, com nuances que lembram pinceladas suaves, e espirais claras que remetem a galáxias. Há também pequenas estrelinhas amarelas espalhadas pelo céu, sugerindo um cenário cósmico alegre e fantasioso.  No centro da imagem, sobre uma colina verde arredondada, aparecem cinco estrelas coloridas com expressões humanas, cada uma com personalidade própria:  Uma estrela azul com expressão feliz e bochechas rosadas.  Uma estrela vermelha com expressão triste.  Uma estrela amarela sorridente, com duas pequenas argolas no topo, lembrando “marias-chiquinhas”.  Uma estrela verde usando óculos e com ar simpático.  Uma estrela cinza com um sorriso discreto.  Todas estão alinhadas lado a lado, transmitindo sensação de amizade e diversidade emocional.  Na parte inferior da capa, em letras brancas e grandes, está o título do livro distribuído em três linhas: AS TRAVESSURAS / DAS CINCO ESTRELINHAS / DE ANDRÔMEDA.  O fundo bege claro emoldura toda a ilustração, dando destaque ao colorido central.

Kronstadt e A Terceira Revolução, de Jean Monti Pires

A imagem é a capa de um livro com design inspirado em cartazes revolucionários do início do século XX. No topo, em letras vermelhas, aparece o nome do autor: Jean Monti Pires.  A ilustração central, em tons de vermelho, sépia e preto, mostra um grupo de marinheiros e revolucionários avançando de forma determinada. O personagem principal, um marinheiro de expressão séria, está à frente segurando um rifle. Atrás dele, outros marinheiros marcham, e à esquerda há um homem de punho erguido em gesto de protesto. À direita, vê-se uma paisagem industrial com fábricas e chaminés, reforçando o ambiente de luta social e política.  Uma mulher ao fundo ergue uma grande bandeira vermelha com inscrições em russo: “Советы свободные”, que significa “Sovietes Livres”. A bandeira tremula ao vento, simbolizando mobilização revolucionária e resistência.  A parte inferior da capa apresenta um retângulo vermelho com um título estilizado usando caracteres que imitam o alfabeto cirílico. Abaixo, em português, lê-se o subtítulo:  “A luta dos marinheiros contra a hegemonia do Ocidente”  O fundo bege claro enquadra toda a composição, destacando o estilo gráfico forte e dramático da cena.

Entre a Cruz e a Espada, de Jean Monti Pires

A imagem é a capa de um livro com estética clássica, evocando pinturas do século XIX. No topo, em letras brancas e elegantes, aparece o nome do autor: Jean Monti Pires.  A cena central mostra um homem idoso, de barba longa e grisalha, vestindo roupas escuras tradicionais e segurando um cordão de contas nas mãos. Ele está em pé, no centro de um tribunal, com expressão grave e abatida, sugerindo tensão, julgamento ou reflexão profunda. Sua postura transmite dignidade misturada a sofrimento.  Ao redor, aparecem magistrados, juízes e espectadores, todos trajando roupas antigas, compatíveis com os tribunais europeus dos séculos XVII a XIX. As figuras observam atentamente, algumas com semblantes sérios, outras parecendo julgadoras. O ambiente é composto por painéis de madeira, palanques elevados e arquitetura típica de salas de julgamento históricas.  No centro superior da imagem, atrás do personagem principal, estão juízes sentados em cadeiras altas, reforçando a atmosfera de formalidade e severidade. Nas laterais, homens e mulheres compõem o público, vestidos à moda antiga, todos testemunhando o momento tenso retratado.  Na parte inferior da capa, sobre uma faixa preta, o título aparece em letras grandes e vermelhas:  ENTRE A CRUZ E A ESPADA. O conjunto visual sugere um tema histórico e dramático, envolvendo julgamentos, tensões religiosas, perseguições e conflitos ideológicos, alinhado ao título e ao foco da obra.

Ética Neopentecostal, Espírito Maquiavélico, de Jean Monti Pires

A imagem é a capa de um livro com estética inspirada em cartazes ilustrados de meados do século XX. O fundo possui um tom bege envelhecido, reforçando o visual retrô. No topo, em letras elegantes e escuras, está o nome do autor: Jean Monti Pires.  Logo abaixo, em destaque e em caixa alta, aparece o título:  ÉTICA NEOPENTECOSTAL, ESPÍRITO MAQUIAVÉLICO  No centro da composição há uma ilustração de um homem calvo, de expressão sorridente, vestindo paletó escuro. Ele está representado com duas ações simbólicas:  A mão esquerda levantada, como se estivesse em posição de discurso, pregação ou saudação.  A mão direita segurando um grande saco de dinheiro, marcado com o símbolo de cifrão.  À sua frente há um púlpito de madeira com um livro aberto, sugerindo um ambiente de pregação religiosa. Na parte inferior da imagem, várias mãos erguidas aparecem entre sombras, representando uma plateia ou congregação que observa ou interage com o personagem central.  Abaixo da ilustração, em letras grandes, está escrito:  EVANGÉLICOS CRISTÃOS:  E logo abaixo, em branco:  Quando os Fins Justificam os Meios na Busca por Riqueza, Influência e Controle Social  O conjunto transmite um visual satírico e crítico, com forte carga simbólica envolvendo religião, dinheiro e poder, alinhado ao tema da obra.

A Verdade sobre Kronstadt, de Volia Rossii

A imagem é a capa de um livro ou panfleto intitulado "A verdade sobre Kronstadt".  Aqui estão os detalhes da capa:  Título: "A verdade sobre Kronstadt" (em português).  Design: A arte é em um estilo que lembra pôsteres de propaganda ou arte gráfica soviética/revolucionária, predominantemente nas cores vermelho, preto e tons de sépia/creme.  Figura Central: É um marinheiro, provavelmente da Marinha Soviética, em pé e de frente, olhando para o alto. Ele veste o uniforme típico com o colarinho largo e tem uma fita escura (possivelmente preta ou azul marinho) enrolada em seu pescoço. Ele segura o que parece ser um mastro, bandeira enrolada ou um pedaço de pau na mão direita.  Fundo: A cena de fundo é em vermelho e preto, mostrando a silhueta de uma área urbana ou portuária com algumas torres ou edifícios. Há uma peça de artilharia ou canhão na frente do marinheiro, no lado direito inferior.  Autoria e Detalhes: Na parte inferior da imagem, há a indicação de autoria: "Volia Rossii" e "por Fecaloma punk rock".  Subtítulo/Série: A faixa inferior da capa, em vermelho sólido, contém o texto: "Verso, Prosa & Rock'n'Roll".  A imagem faz referência ao Levante de Kronstadt de 1921, que foi uma revolta de marinheiros bolcheviques contra o governo bolchevique em Petrogrado (São Petersburgo).

A Saga de um Andarilho pelas Estrelas, de Jean P. A. G.

🌌 Capa do Livro "A saga de um andarilho pelas estrelas" A capa tem um tema cósmico e solitário, dominado por tons de azul escuro, preto e dourado.  Título: "A saga de um andarilho pelas estrelas" (em destaque na parte inferior, em fonte branca).  Autor: "Jean Pires de Azevedo Gonçalves" (em destaque na parte superior, em fonte branca).  Cena Principal: A imagem mostra uma figura solitária e misteriosa, de costas, que parece ser um andarilho.  Ele veste um longo casaco ou manto escuro com capuz.  A figura está em pé no topo de uma colina ou montanha de aparência rochosa e escura.  Fundo: O céu noturno é o elemento mais proeminente e dramático.  Ele está repleto de nuvens cósmicas e nebulosas nas cores azul, roxo e dourado.  Uma grande galáxia espiral em tons de laranja e amarelo brilhante domina a parte superior do céu.  Um rastro de meteoro ou cometa aparece riscando o céu perto da galáxia.  A composição sugere uma jornada épica, exploração e o mistério do vasto universo.

A Greve dos Planetas, de Jean P. A. G.

Capa do Livro "A saga de um andarilho pelas estrelas" Esta imagem é uma capa de livro de ficção científica ou fantasia com uma atmosfera épica e cósmica.  Título: "A saga de um andarilho pelas estrelas" (em destaque na parte inferior).  Autor: "Jean Pires de Azevedo Gonçalves" (em destaque na parte superior).  Cena Principal: Uma figura solitária (o andarilho), envolta em um casaco ou manto com capuz, está de costas, no topo de uma colina ou montanha escura e rochosa.  Fundo Cósmico: O céu noturno é dramático, preenchido com:  Uma grande galáxia espiral de cor dourada/laranja no centro superior.  Nuvens e nebulosas vibrantes em tons de azul profundo, roxo e dourado.  Um rastro de meteoro ou cometa riscando o céu.

Des-Tino, de Jean P. A. G.

🎭 Descrição da Capa "Des-Tino" Título: "Des-Tino" (em letras brancas grandes, dividido em sílabas por um hífen).  Autor: "Jean Pires de Azevedo Gonçalves" (na parte superior, em letras brancas).  Subtítulos: "Dramaturgia" e "Verso, Prosa & Rock'n'Roll" (na parte inferior).  Cena da Pintura: A imagem central é uma representação de figuras humanas nuas ou parcialmente vestidas em um cenário ao ar livre (floresta/jardim).  Figura da Esquerda (Superior): Uma pessoa vestida com uma túnica vermelha e um capacete (possivelmente representando um deus ou herói da mitologia, como Marte ou Minerva/Atena) está inclinada e conversando com a figura central.  Figura Central: Uma mulher seminu está sentada ou recostada, olhando para a figura com o capacete. Ela gesticula com a mão direita para cima, com uma expressão pensativa ou de surpresa.  Figura da Esquerda (Inferior): Uma figura masculina, possivelmente um sátiro ou poeta (pelas barbas e pose), está reclinada e olhando para as figuras centrais, segurando o que parece ser uma lira ou harpa.  Figura da Direita: Outra figura feminina, nua ou com pouca roupa, está de pé na lateral direita, observando a cena.  Estilo: A arte é uma pintura de estilo clássico, com foco em figuras humanas, composição dramática e luz suave.

Eu Versos Eu, Jean Monti

Descrição da Capa "Eu versos Eu" A capa utiliza um forte esquema de cores em preto e branco para criar um efeito visual de contraste e divisão.  Título Principal: A capa é composta pelas palavras "Eu versos Eu", dispostas em três seções principais.  Autor: O nome "Jean Monti" aparece no topo, em uma faixa preta.  Design Gráfico:  Faixa Superior: Um retângulo branco com a palavra "Eu" em fonte serifada preta grande.  Faixa Central: Um quadrado dividido diagonalmente:  A metade superior esquerda é branca com a palavra "ver" (parte da palavra "versos") em preto.  A metade inferior direita é preta com a palavra "sos" (o restante da palavra "versos") em branco.  Faixa Inferior: Um retângulo branco com a palavra "Eu" novamente, em fonte serifada preta grande.  Subtítulo/Série: Na parte inferior, fora da faixa, aparece o texto "Verso, Prosa & Rock'n'Roll" em preto, sugerindo um tema ou série.  O design simétrico e a divisão em preto e branco reforçam a ideia do título, "Eu versos Eu", sugerindo um conflito, dualidade ou reflexão interna.

(*) Notas sobre a ilustração Drácula, de Bram Stoker:

A ilustração de Drácula, observada pela ótica feminista, propõe uma releitura significativa do universo criado por Bram Stoker ao deslocar o foco tradicional — centrado no poder masculino do vampiro — para a pluralidade, a agência e a força das figuras femininas.

No centro, Drácula aparece como eixo simbólico do poder patriarcal: elegante, imponente, silencioso, vestindo trajes aristocráticos que remetem à autoridade histórica masculina. No entanto, ele não domina a cena de forma isolada. Ao seu redor, as mulheres ocupam o espaço visual com igual — ou maior — protagonismo. Seus corpos não são apresentados como objetos de desejo passivo, mas como sujeitos autônomos, conscientes de si, de seus saberes e de sua força.

Cada mulher é representada com identidade própria: diferentes traços, roupas, gestos e expressões. Algumas empunham armas, outras livros ou símbolos de conhecimento, sugerindo que o poder feminino se manifesta tanto pela ação física quanto pela inteligência, pela memória e pela transmissão do saber. A presença de tatuagens, armaduras e vestimentas elaboradas rompe com o estereótipo da feminilidade frágil, substituindo-o por uma imagem de feminilidade plural, ativa e estratégica.

A lua cheia ao fundo — tradicionalmente associada ao ciclo feminino, à intuição e à transformação — reforça a leitura simbólica da cena: essas mulheres não são meras extensões do vampiro, mas forças que orbitam, desafiam e, em certa medida, reconfiguram sua autoridade. O círculo que envolve o grupo lembra tanto um vitral gótico quanto um espaço ritualístico, evocando irmandade, coletividade e ancestralidade feminina.

Sob essa perspectiva feminista, a ilustração subverte o imaginário clássico de Drácula, no qual as mulheres frequentemente aparecem como vítimas, tentadoras ou figuras a serem controladas. Aqui, elas surgem como protagonistas do horror, não submissas ao medo, mas conscientes de sua potência dentro dele. O vampirismo deixa de ser apenas metáfora da dominação masculina e passa a dialogar com temas como emancipação, resistência e redefinição do poder.

Assim, a imagem transforma o mito de Drácula em um campo de disputa simbólica, onde o feminino não é mais silenciado ou punido, mas afirmado como força central, múltipla e insubmissa dentro do imaginário gótico.

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