Este sou eu, Jean Fecaloma.
Há mais de um ano, estou vendo o sol nascer quadrado da janela do meu quarto.
Minha rotina se resume em lavar batata, tomar banho de sol (para
fotossintetizar vitamina D), lavar batata, traduzir um livro, lavar batata,
assistir televisão, lavar batata e dormir. Até com personagens de novela tenho
sonhado (assisto desde Malhação até a novela das nove), e pesadelos com o
William Bonner são constantes. Ensaiei os passos de Jerusalema e até álcool gel
em pão eu passei. Sou inocente. Fui condenado por um crime que não cometi. Os
verdadeiros culpados são pessoas, empresas e governos inescrupulosos, que,
interessados apenas em benefício próprio e no lucro pelo lucro, na riqueza sem
limites, têm devastado o meio ambiente, ateado fogo em florestas e áreas de
preservação, caçado animais selvagem, poluído rios e mares, saqueado minérios e
minerais, roubado o que sobrou das terras indígenas, causado pandemias e
destruído o planeta Terra. Toda a humanidade foi condenada pela ganância
irresponsável de quem não respeita a vida nem o futuro. Até quando vamos
aceitar?!!! (“Lembranças de agora de um cárcere privado”, Fecaloma).
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quinta-feira, 15 de abril de 2021
Lembranças de agora de um cárcere privado, por Jean Fecaloma
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