quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Sabonete de pobre

Crônica

Por Nilza Monti Pires 

Isto que vou contar já se passou um ano atrás. Sempre nas datas festivas eu ganhava sabonetes de presente.

Eram sabonetes cheirosos, adocicados e até cítricos, com cheirinho de limão.

Da última vez que ganhei uma caixinha, que continha dez sabonetes, não me preocupei mais em comprar sabonete.

Certa ocasião quando fui tomar banho e, para a minha surpresa, não havia mais nenhum sabonete, nenhunzinho, fiquei decepcionada. Como é que eu nem reparei que tinha acabado?

Fiquei chateada, agora tinha que sair para comprar um sabonete, estava com um pouco dinheiro, precisava economizar e tudo estava tão caro!

Foi na loja mais próxima que encontrei. Ali tinha vários tipos de sabonetes. Fiquei observando, observando, por um longo tempo, queria um bem barato, de preço baixo. Pegava um, depois pegava outro, e assim passei um tempão, pegando um, pegando outro, e largando tudo, pois eram bem caros! Até que encontrei um com preço baratíssimo, bem embrulhadinho, de cor de ametista. Acabei comprando esse sabonete de cor violeta. Comemorei e saí satisfeita. Tinha economizado.

Passaram um mês, dois e até três meses, o sabonete continuava intacto, não diminuía nem cheiro tinha – se pelo menos soltasse alguma espuminha! – era liso demais, talvez fosse feito daquela pedra escorregadia, vulgo pedra sabão.

E assim passou um ano, o sabonete continua na mesma, inteirinho, não desgastou, não dissolveu, mas alcancei meu objetivo: economizar. E economizei!

O bom de sabonete de pobre é que é assim mesmo, dura para sempre.

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