Por Nilza Monti Pires
Isto
que vou contar já se passou um ano atrás. Sempre nas datas festivas eu ganhava
sabonetes de presente.
Eram
sabonetes cheirosos, adocicados e até cítricos, com cheirinho de limão.
Da
última vez que ganhei uma caixinha, que continha dez sabonetes, não me
preocupei mais em comprar sabonete.
Certa
ocasião quando fui tomar banho e, para a minha surpresa, não havia mais nenhum
sabonete, nenhunzinho, fiquei decepcionada. Como é que eu nem reparei que tinha
acabado?
Fiquei
chateada, agora tinha que sair para comprar um sabonete, estava com um pouco
dinheiro, precisava economizar e tudo estava tão caro!
Foi
na loja mais próxima que encontrei. Ali tinha vários tipos de sabonetes. Fiquei
observando, observando, por um longo tempo, queria um bem barato, de preço
baixo. Pegava um, depois pegava outro, e assim passei um tempão, pegando um,
pegando outro, e largando tudo, pois eram bem caros! Até que encontrei um com
preço baratíssimo, bem embrulhadinho, de cor de ametista. Acabei comprando esse
sabonete de cor violeta. Comemorei e saí satisfeita. Tinha economizado.
Passaram
um mês, dois e até três meses, o sabonete continuava intacto, não diminuía nem
cheiro tinha – se pelo menos soltasse alguma espuminha! – era liso demais, talvez
fosse feito daquela pedra escorregadia, vulgo pedra sabão.
E
assim passou um ano, o sabonete continua na mesma, inteirinho, não desgastou,
não dissolveu, mas alcancei meu objetivo: economizar. E economizei!
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