101.
Apesar
de não haver mais ninguém aqui
Eu
vou tentar sorrir
102.
Ela
me amava
Mas
me deixou
O
que me faz chorar
Nem
tanto é a solidão
Mas
saber
Como
as pessoas jogam
Suas
vidas fora
103.
Não!
Não! Não é nada disso
Descobri
mais uma lei do amor
Lei
que é, sem dúvida, insofismável
Quando
duas pessoas se amam de verdade
Não
há desencontro, nunca
Parece,
ao contrário, que o universo
Conspira
a favor do amor
Disso
resulta que
Se
o acaso separou dois amantes
Logo,
não existe amor
104.
Que
saudade
Eu
perdi você
E
agora vem
Suas
lembranças
Eu
parti pra outra
Tentando
esquecer
Mas
tudo virou fumaça
Tudo
acabou sem
A
menor formalidade
Sem
qualquer cortesia
E
eu ainda sinto dor do amor
Sei
que ainda
Não
acabou
Refugio-me
Nas
lembranças
Do
nosso passado
105.
Dois
anos, o que são dois anos
Milhões
e milhões de horas
Bilhões
e bilhões de minutos
Incontáveis
segundos
O
que são dois anos
No
mínimo a eternidade
E,
no entanto, como passa rápido a vida
Vinte,
trinta, quarenta anos...
Um
nada
Dois
anos sem você
Uma
eternidade
Dois
anos sem ter notícias
Sem
saber onde e como
Você
está, meu grande amor
Tenho
muitas perguntas
E
nenhuma resposta
106.
Será
mesmo que não há desencontro
Ou
será que o acaso pode separar um grande amor
Eu,
particularmente, desconfio de toda lei
Como
todos sabem, sou anarquista
Mas
sou incapaz de entender o que é o amor
107.
Ora,
não foi o acaso
Que
separou
O
maior amor de todos os tempos
Romeu
e Julieta
108.
Ah,
dor! Dor de amor
Dor
que sei tão bem
Em
meu coração
Não
há teorias
Mas
feridas abertas
E
cicatrizes
109.
O
amor só existe na sua não existência
Morro
de amor, morro por nada
Encontro
um grande amor quando perco
O
amor é uma contradição insolúvel
Somente
na não existência do amor
É
possível amar
Por
isso, sou tão triste
110.
Camões era dialético