sábado, 25 de janeiro de 2020

Hinduísmo - Série Religiões

O hinduísmo ou bramanismo surgiu na Índia por volta de 1200 a.C., tendo origem em antigos livros de hinos, orações e ensinamentos morais, considerados sagrados e denominados Vedas.

Mais do que uma religião, é um conjunto de práticas e crenças representado por normas de vida muito variadas, às vezes, até contraditórias, e relacionadas à fé, filosofia, natureza, mitologia e às crendices populares.

Sadhu
O hinduísmo se modificou constantemente ao longo dos séculos. Nos seus primórdios, a Criação era considerada como resultado de um grande sacrifício e, portanto, a salvação estava diretamente associada ao cumprimento de determinados sacrifícios, que tinham grande importância. Mais tarde, foi concebida a doutrina da transmigração da alma, com base na qual se compreende a vida, comparada a um rio que nunca acaba e que se manifesta em infinitas reencarnações. Durante as sucessivas reencarnações, a alma se purifica de todas as culpas e alcança a beatitude eterna do Nirvana. Num terceiro período, o hinduísmo ensinava que através da penitência, do jejum, da vigília e de práticas meditativas e contemplativas se podia alcançar a libertação das culpas e dos laços que atam o espírito às coisas materiais e exteriores.

De um modo geral, sua doutrina se divide em quatro princípios fundantes:

- Fé viva nos Veda como fonte de verdade infalível.

- Fé no Karma Sansara – reencarnação das almas.

- Fé no Mukti – libertação do indivíduo humano do ciclo de reencarnação.

- Sistema de castas como inviolável disposição social imposta pela lei suprema que regula o universo.

A vaca representa o último estágio da peregrinação da alma no mundo, antes de atingir o Nirvana. É considerada sagrada porque alimenta com leite os devotos em suas peregrinações. Comer carne de vaca acarreta punição gravíssima, expressa numa temporada no inferno definida pelo período de tempo compatível aos pelos de uma vaca.

Brahma
Dentre as várias divindades do hinduísmo, cabe destacar Brahma, pelo qual a raiz “brah” significa crescimento. Nos antigos Vedas, a palavra indicava, principalmente, orações e sacrifícios dirigidos aos deuses. Mais tarde, passou a designar os sacerdotes que executavam os ritos sagrados e, depois, as fórmulas mágicas dos livros. Enfim, a palavra passou a designar a personificação masculina e paterna do eterno Absoluto, origem de todas as coisas e criador do universo. Para representar sua onipotência, Brahma possui vários rostos e quatro braços, estando presente em todos os seres, coisas e animais. Por isso, o hinduísmo prescreve abluções nos rios sagrados e a abstenção do consumo de carne, pela qual conteria parte da divindade. Com o passar do tempo, juntaram-se a Brahma outras duas divindades, Vishnu, divindade solar, que governa as coisas criadas, e Shiva, o destruidor, que governa a água e o fogo.

Socialmente, o hinduísmo prega o respeito altruísta por todas as pessoas e também a não-violência. Na sua escala de valores, idosos e ascetas, chamados Sadhus, são muito venerados. Com relação ao sistema de sociedade de casta, desde tempos mais remotos, os representantes das classes dominantes foram chamados de brâmanes, os quais difundiram a crença conforme a qual a Divindade teria dividido o povo em quatro grupos sociais diferentes e separados hierarquicamente. Segundo essa crença, a casta dos sacerdotes ou brâmanes teria saído da cabeça de Brahma; a casta ksatrya, guerreiros e governadores, dos braços da divindade; a vaisya, formada por agricultores, pastores e comerciantes, do ventre ou da coxa; os sudra ou servos, dos pés. Os que não tinham origem no corpo do deus eram considerados impuros e, como tais, intocáveis e imundos, sendo párias denominados de shudras, palavra que significa “chão” ou “em pedaços”. O termo dalit, popularizado no Brasil pela novela Caminho das Índias, surgiu apenas no final do século XIX. Dentro da doutrina hinduísta, misturar ou confundir elementos de castas diferentes é considerado sacrilégio, cabendo punição severa.

Em 1950, a Índia aboliu o sistema de casta.

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