O hinduísmo ou bramanismo surgiu na Índia por volta de 1200 a.C., tendo origem em antigos livros de hinos, orações e ensinamentos morais, considerados sagrados e denominados Vedas.
Mais do que uma religião, é um conjunto de práticas e crenças representado por normas de vida muito variadas, às vezes, até contraditórias, e relacionadas à fé, filosofia, natureza, mitologia e às crendices populares.
Sadhu |
De
um modo geral, sua doutrina se divide em quatro princípios fundantes:
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Fé viva nos Veda como fonte de verdade infalível.
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Fé no Karma Sansara – reencarnação das almas.
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Fé no Mukti – libertação do indivíduo humano do ciclo de reencarnação.
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Sistema de castas como inviolável disposição social imposta pela lei suprema
que regula o universo.
A
vaca representa o último estágio da peregrinação da alma no mundo, antes de
atingir o Nirvana. É considerada sagrada porque alimenta com leite os devotos
em suas peregrinações. Comer carne de vaca acarreta punição gravíssima,
expressa numa temporada no inferno definida pelo período de tempo compatível
aos pelos de uma vaca.
Brahma |
Dentre
as várias divindades do hinduísmo, cabe destacar Brahma, pelo qual a raiz
“brah” significa crescimento. Nos
antigos Vedas, a palavra indicava, principalmente, orações e sacrifícios
dirigidos aos deuses. Mais tarde, passou a designar os sacerdotes que
executavam os ritos sagrados e, depois, as fórmulas mágicas dos livros. Enfim,
a palavra passou a designar a personificação masculina e paterna do eterno
Absoluto, origem de todas as coisas e criador do universo. Para representar sua
onipotência, Brahma possui vários rostos e quatro braços, estando presente em
todos os seres, coisas e animais. Por isso, o hinduísmo prescreve abluções nos
rios sagrados e a abstenção do consumo de carne, pela qual conteria parte da
divindade. Com o passar do tempo, juntaram-se a Brahma outras duas divindades,
Vishnu, divindade solar, que governa as coisas criadas, e Shiva, o destruidor,
que governa a água e o fogo.
Socialmente,
o hinduísmo prega o respeito altruísta por todas as pessoas e também a
não-violência. Na sua escala de valores, idosos e ascetas, chamados Sadhus, são muito venerados.
Com relação ao sistema de sociedade de casta, desde tempos mais remotos, os
representantes das classes dominantes foram chamados de brâmanes, os quais
difundiram a crença conforme a qual a Divindade teria dividido o povo em quatro
grupos sociais diferentes e separados hierarquicamente. Segundo essa crença, a
casta dos sacerdotes ou brâmanes teria saído da cabeça de Brahma; a casta
ksatrya, guerreiros e governadores, dos braços da divindade; a vaisya, formada
por agricultores, pastores e comerciantes, do ventre ou da coxa; os sudra ou
servos, dos pés. Os que não tinham origem no corpo do deus eram considerados
impuros e, como tais, intocáveis e imundos, sendo párias denominados de
shudras, palavra que significa “chão” ou “em pedaços”. O termo dalit,
popularizado no Brasil pela novela Caminho das Índias, surgiu apenas no final
do século XIX. Dentro da doutrina hinduísta, misturar ou confundir elementos de
castas diferentes é considerado sacrilégio, cabendo punição severa.
Em
1950, a Índia aboliu o sistema de casta.
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