Thomas
Mann
foi um escritor alemão do século XX, laureado com o prêmio Nobel de Literatura
em 1929. Romancista e ensaísta, é considerado um expoente do realismo alemão,
levando o romance clássico do século XIX à perfeição, ao mesmo tempo em que
incorporou técnicas do romance do século XX. Sua obra discorre sobre a condição humana, através de alegorias que tratam da falta de sentido da vida na sociedade burguesa. Em 1933,
Thomas Mann teve de abandonar a Alemanha ao se contrapor à ascensão do partido
nazista. Em 1938, exilou-se nos EUA, onde se radicaliza. Após a guerra, Thomas Mann se naturalizou
estadunidense. Suas principais obras são: Os Buddenbrook: decadência de uma família (1901), vencedor do Nobel;
A morte em Veneza (1912); José e seus irmãos (romance dividido em
quatro partes: A história de Jacob
[1930]; O jovem José [1931]; José no Egito (1932-36]; e José, o provedor [1940-43]); e o célebre
Doutor Fausto: a vida do compositor
alemão Adrian Leverkühn, contada por um amigo (1943-47).
*****
(continuação) Todas as vezes que Schopenhauer evoca o sofrimento do mundo, a lamentável angústia e a fúria de viver das múltiplas encarnações do querer (ele trata disso frequentemente e com minúcias), sua já excepcional eloquência e seu gênio de escritor atingem os cimos mais resplandecentes e mais gélidos de sua perfeição. Fala com uma veemência decidida, com o cunho da experiência, no tom de quem sabe, de quem com isso se aterroriza e é arrebatado pela sua verdade potente. Há em certas páginas uma zombaria sarcástica que ele lança à vida, o olhar faiscante, os lábios apertados, mesclando-a com citações gregas e latinas; cheio de piedade e sem piedade, ata ao pelourinho a miséria do mundo, lavra o respectivo certificado, faz-lhe a conta e presta-lhe contas; aliás, muito longe de esmagar tanto como se deveria esperar de tal precisão e de tão sombrio talento de expressão, ao contrário, enche de satisfação estranhamente profunda pelo protesto do espírito pela revolta humana, que aí se revela num contido tremor de voz. Esta satisfação todos as experimentam, porque, quando esse homem, ao mesmo tempo espírito que ajuíza e grande escritor, fala do sofrimento do mundo em geral, fala também do teu e do meu sofrimento, e nós regozijamos por nos sentirmos vingados pelo verbo grandioso.
Miséria,
aflição, preocupação de conservar a vida, primeiro; depois, quando estas foram
penosamente banidas, instinto de reprodução, dor de amar, ciúme, inveja, ódio,
angústia, ambição, avareza, cupidez, doença e assim, inesgotavelmente, todos os
males oriundos da contradição interna da vontade surgem da caixa de Pandora. E
que resta no fundo? A esperança? Oh! não, o tédio! Porque todas as existências
humanas se balançam entre a dor ao tédio. A dor é o elemento positivo; a
alegria não é mais que sua interrupção, um elemento negativo pois, e logo se
transforma em tédio da mesma forma que a dominante, a que cabe o
desenvolvimento sinuoso da melodia, ou a harmonia, na qual se introduz a
desarmonia, se as prolongássemos sem interrupção, provocariam insuportável
tédio. Felicidades positivas? Há algumas. Mas, comparadas ao longo tormento de
nossa cobiça, ao infinito de nossas exigências, são curtas e mesquinhas e, para
um desejo satisfeito, dez ao menos restam insatisfeitos. Aliás, é só aparente a
satisfação, porque, apenas atendido, um desejo cede o lugar a outro: o primeiro
é um erro reconhecido, o seguinte um erro que não foi ainda. Nenhuma satisfação
do querer que atinge seu objeto pode durar; semelha a esmola que, dada ao
mendigo, prolonga sua lamentável existência de hoje para amanhã. A felicidade?
Seria o repouso. Mas este é precisamente incompatível com a vontade. Perseguir,
evitar, recear a infelicidade, procurar avidamente o gozo - tudo se assemelha;
a inquietude causada pelas exigências sempre renascentes da vontade enche e
agita sem demora a consciência e, assim, o sujeito que sempre quer jaz sob a
roda de Ixion, enche incansavelmente o tonel das Danaides; é Tântalo e a sua
sede eterna.
Contudo,
pode-se salvar o mundo da miséria, do erro, do engano e da penitência que é a
vida; e a salvação está ao alcance do homem, que realiza a mais alta e a mais
evoluída objetivação da vontade, mas também, por esta mesma razão, a mais capaz
de sofrer e a mais rica de sofrimento. Crê-se que isso possa ser a morte? Muito
falta para tal. A morte pertence inteiramente ao domínio dos fenômenos e do
empírico, à esfera da multiplicidade e da mudança; nenhum contacto tem com a
realidade transcendente e verdadeira. O que morre conosco é unicamente a
individuação; a vontade, que é vontade de viver e forma o núcleo de nosso ser,
não é sequer atingida por ela; tão demoradamente quanto se afirma a si mesma,
poderá sempre encontrar os caminhos que dão acesso à vida. Resulta daí,
digamo-lo de passagem, que o suicídio é absurdo e imoral, pois nada conserta: o
que o indivíduo nega e suprime, destruindo-se, é unicamente sua individuação,
mas não o erro original, a vontade de viver, que, pelo suicídio, não fez mais
que tender para uma realização mais feliz. A salvação, pois, de maneira alguma
se chama "morte"; liga-se a condição muito diferente. Ninguém imagina
a que mediador devemos eventualmente esta benção. É a inteligência.
Mas
a inteligência não é o produto da vontade, seu instrumento, sua luz na
escuridão, a serva que lhe foi reservada? É assim e assim continua. Nem sempre,
porém, nem em todos os casos. Em circunstâncias particularmente felizes - oh!
pode-se mesmo dizer bem-aventuradas - em circunstâncias excepcionais por
consequência, esse criado que é o intelecto, esse pobre servente pode tornar-se
mestre de seu mestre; pode pregar-lhe uma peça, emancipar-se, tornar-se
autônomo e, ao menos durante algum tempo, estabelecer sobre o mundo sua
soberania benfazeja de bondade e de luz, na qual, despojada de seu poder e de
sua influência, a vontade cede à doçura de um delicioso aniquilamento. Há um
estado em que esse milagre se realiza: o conhecimento se separa violentamente da
vontade, o sujeito deixa de ser um simples indivíduo, tornando-se, puro e sem
vontade, o sujeito do conhecimento. Chama-se-lhe estado estético. É uma das
maiores e mais profundas experiências de Schopenhauer. Tanto dispõe o filósofo
de acentos medonhos para descrever os tormentos que a dominação do querer
acarreta, quanto sua prosa encontra tons seráficos e sua gratidão transborda e
se derrama quando - e ele o faz com uma abundância inesgotável - fala nas
bênçãos da Arte. Interpretou esta experiência, uma das mais pessoais talvez de
sua vida, e lhe deu forma como discípulo de Platão e de Kant. Ele definira o
belo "o que apraz de maneira desinteressada". Para Schopenhauer isso
significa acertadamente: sem relação com a vontade. O prazer estético seria
puro, desinteressado, livre do querer; seria "representação", no
sentido mais forte e mais sereno, contemplação clara, imperturbada, cheia de
calma. E por que seria? Aqui, Platão deve vir-lhe em ajuda, Platão e o
"esteticismo" latente de sua doutrina das Ideias. As Ideias! Foram
elas que, no estado estético, tornaram visíveis, através dos fenômenos, essas
cópias da eternidade; o olhar direto que nelas incidisse seria a contemplação
objetiva, pura, larga, luminosa como o sol, da qual só o gênio - e ainda em
suas horas e instantes de genialidade - seria julgado digno e, com ele, quem
soubesse acolher e gozar a obra estética.
Apolo
que vê longe, o Deus das Musas, é um Deus do afastamento e da distância; não é
o da confusão, das "pathos" e da patologia, nem do sofrimento, mas da
liberdade, um Deus objetivo, o Deus da Ironia. Por esta, como viu Schopenhauer,
pela objetividade genial, o conhecimento seria, pois, arrancado à escravidão da
vontade; a atenção deixaria, enfim, de ser perturbada por qualquer móvel da
vontade; nós nos abandonaríamos e as coisas não seriam mais objetos da vontade,
mas simples objetos da representação: um repouso até então desconhecido
ser-nos-ia afinal oferecido. “Estamos perfeitamente bem”, escrevia nosso autor.
“É o estado sem dor que Epicuro celebrava como o maior dos bens e como condição
dos deuses; nesse instante, nós nos libertamos da necessidade desprezível de
querer, celebramos o sabbat dos trabalhos forçados da vontade, a roda de Ixion
para”. Palavras célebres, tantas vezes citadas. O belo e o alívio imenso que o
contemplá-lo proporciona arrancaram-nas a essa alma amarga e atormentada. Serão
verdadeiras?
Mas
que é a verdade? Uma experiência vivida que encontra tais palavras é
verdadeira; justifica-se pela força do sentimento. Dever-se-ia crer, talvez,
que essas palavras de um reconhecimento total e ilimitado foram escritas para
caracterizar uma felicidade relativa e que seria ainda puramente negativa?
Porque, de maneira geral, a felicidade, simples suspensão de uma tortura, é
negativa; e não é de outro modo para quem procura a contemplação estética das
Ideias, para a objetividade que acalma o querer, como o provam, aliás, sem
dúvida possível, as imagens que essa felicidade inspira a Schopenhauer. Também
só é efêmera, provisória. O estado de artista, julgava ele, a parada diante de
uma imagem iluminada pela Ideia, não representaria a salvação definitiva. O
estado estético seria apenas uma etapa; deveria levar-nos a estado mais
perfeito, em que a vontade, que no primeiro não havia encontrado mais que
passageira satisfação, seria para sempre submergida pelos raios do
conhecimento, expulsa do terreno e aniquilada. O acabamento do artista seria o
santo.
De
maneira geral, que é a ética? É a ciência das ações dos homens, a ciência do
bem e do mal. Ciência? A vontade cega, sem razão nem senso, poderia receber
ensinamento? Evidentemente, não se poderia ensinar a virtude, assim como não se
poderia formar um artista explicando-se-lhe o que constitui o estado estético,
nem se poderia levar um homem a praticar o bem e a evitar o mal com o
explicar-se-lhe o sentido e significação de um e outro. Verdadeiramente nenhuma
prescrição havia a fazer à vontade: seria livre, absoluta e todo-poderosa. A
liberdade encontrar-se-ia mesmo unicamente nela, existiria exclusivamente no
transcendente, jamais no empírico, na objetivação da vontade, que repousaria no
espaço, no tempo e na causalidade, no mundo. Aqui, tudo estaria submetido à
inflexível causalidade, ligado e determinado como causa e efeito; a liberdade
encontrar-se-ia para além das aparências fenomenais, como a vontade, mas lá
estaria presente e com poder absoluto, lá estaria a liberdade da vontade. Como
acontece frequentemente, a "sã razão humana" enganava-se inteiramente
quanto à liberdade, que não estaria no ato, mas no ser, não no
"operari", mas no "esse"; no ato, é verdade, reinariam,
pois, inelutavelmente a necessidade e o determinismo, mas o ser continuaria
originalmente e metafìsicamente livre. Certo, o homem que tivesse cometido um ato
culposo deveria necessariamente, na qualidade de caráter empírico, sob a
influência de móveis determinados, agir assim, mas teria podido ser outro, e
mesmo o remorso, a angústia da consciência visariam o ser, não o ato.
Cruel
e duro pensamento, insultante, desapiedado, arrogante! Aceitá-lo repugna ao
nosso sentimento, e eis que nosso sentimento apela para sua mística. A verdade
mística, na qual se funda, longe de deixar cair no esquecimento o par de
conceitos culpa-mérito, ao contrário, equivale a espantoso aprofundamento. Por
isso, é verdade, ambos escapam à esfera moral concebida em estreito sentido.
Mas os espíritos aristocráticos, precisamente os que não faziam grande caso da
“justiça”, sempre se inclinaram a privar a moralidade da culpa e do mérito.
Goethe fala complacentemente de "méritos inatos", o que é uma reunião
de palavras deveras absurda do duplo ponto de vista da lógica e de moral.
Porque o "mérito" é inteiramente e por natureza um conceito moral, e
o que é inato, como a beleza, a inteligência, a distinção, o talento, ou
conferindo-lhe o valor do destino, a felicidade, nada disso logicamente pode
ser mérito. Para que aqui se pudesse falar de mérito, fora preciso que tudo
isso fosse resultado de livre escolha, a expressão de uma vontade colocada ante
os fenômenos, e é precisamente o que Schopenhauer afirma quando declara, com
dureza aristocrática, que, feliz ou infeliz, cada um sempre recebe apenas o que
lhe é devido.
Mas
a aristocrática aceitação da injustiça e da diversidade no destino dos homens
não demora a se resolver em uma igualdade, a mais determinada e a mais
democrática de todas, pelo simples fato de que o raciocínio reduz a
desigualdade e a diferença e mesmo a disparidade a uma ilusão. Para designar
esta ilusão, serve-se Schopenhauer De um nome emprestado à sabedoria hindu, que
ele admira muito, dada a concordância dela com a sua própria visão do mundo;
chama-a “o véu de Maia”. Mas já muito antes, segundo o costume dos sábios
ocidentais, tinha-se expressado em latim; esta grande ilusão que representa a injusta
desigualdade das fortunas, dos caracteres, das situações e dos destinos repousa
no "principium individuationis". Diferença e injustiça não são mais
do que as consequências que a multiplicidade no seio do tempo e do espaço
implica, mas aquela que não é mais que aparência, é a representação que nós,
seres individuais, graças à organização de nossa inteligência, podemos ter de
um mundo que, em sua verdadeira realidade, é a objetivação da vontade de viver
una e única no todo e nas partes, em mim e em ti. Mas aquilo, o indivíduo, que
tem o sentimento de sua unicidade em face do mundo, não o reconhece. E como
poderia reconhecê-lo se as condições de seu conhecimento, o "véu de
Maia", que envolve seu olhar e o mundo, o impedem de contemplar a verdade?
Não vê ele a essência das coisas, que é una, mas suas aparências fenomenais,
separadas, diferentes, e mais ainda, opostas: alegria e tormento, carrasco e
vítima, vida contente aqui, e ali lamentável. Dizes sim a um, especialmente por
tua própria conta, e repudias ao outro, sobretudo no que te diz respeito. A
vontade, que é tua origem e tua essência, faz-te aspirar à felicidade, às
alegrias e aos prazeres da vida; estendes para ela as mãos, aperta-as com força
contra teu peito; e esquece-te de que, admitindo assim a vontade, admites
também todos os tormentos do mundo e os apertas contra ti. O que, ao mesmo
tempo, tu fazes de mau, o mal que cometes, tua revolta contra a injustiça da
vida, e também a inveja, a aspiração e o desejo, a tua cobiça do mundo, tudo
isso provém da ilusão da multiplicidade, deste erro, que tu não és o mundo e o
mundo não é tu. Sim, tudo isso vem desta diferença entre "eu" e
"tu", que não é mais que uma ilusão, a ilusão de Maia.
Vem
daí igualmente teu medo da morte. A morte não é mais que a supressão de um
erro, de um descaminho, porque cada individuação é um descaminho. Não é mais
que o desaparecimento de uma parede imaginária que separa o resto do mundo o
eu, em que tu te achas encerrado. Crês que, à. tua morte, este resto do mundo
continuará a existir, ao passo que tu – horrível pensamento! – não existirás
mais. Ora, eu te digo: este mundo, que é tua representação, não será mais: mas
tu (mais exatamente: aquilo que, em ti, teme a morte, que não a quer, porque é
a vontade de viver), tu permanecerás, viverás, porque a vontade, que é a tua
substância, poderá sempre encontrar o caminho da vida. Não te pertence toda a
eternidade? E com a vida, que para esta não é mais que um tempo, quando, na
verdade, ela é contínua presença, de novo o tempo te será dado em partilha. À
tua vontade está assegurada a vida, com todas as suas alegrias e todos os seus
tormentos, durante o tempo que ela a quiser. Melhor seria para ti que ela não a
quisesse.
Esperando,
vives tal qual és. Vês e amas, olhas e desejas, cobiças a imagem que te é
estranha, tão estranha, tão outra, diferente de ti sofres por isso, queres
atraí-la a ti, em ti, ser ela. Mas ser uma coisa não é vê-la; para isso muito
falta; é incomparavelmente mais penoso e mais lamentável. O desejo é um logro causado
pela representação. Tu és dado a ti mesmo, teu corpo te é dado a princípio como
representação, assim como tudo o resto do mundo, mas ao mesmo tempo como
vontade, e é a única coisa no mundo que te foi dada também como vontade. Tudo o
mais não é para ti senão representação. O mundo inteiro parece-te um bailado,
um espetáculo, ao qual o teu primeiro e natural julgamento está longe de
atribuir tamanha realidade quanto a ti, o espectador; estás longe de torná-lo
tão a sério quanta a ti, no mesmo grau e com o mesmo sentido. Ao Eu, escravo do
princípio de individuação, envolto no véu de Maia, todos os outros seres
aparecem como máscara e fantasmas, aos quais não está absolutamente em
condições de atribuir uma existência tão importante e tão séria quanto a tua mesma.
Só tu importas, não é? Único ser real. Tu és o centro do mundo, e tudo conspira
para teu bem-estar, para, no máximo possível, afastar de ti os sofrimentos da
vida, para te procurar profusão de felicidades. O que aos outros acontece é de
uma importância incomparavelmente menor, não te faz bem nem mal. Tal é o ponto
de vista do egoísmo natural, inteiro e inteiramente cego, o aprisionamento sem
remissão no princípio de individuação. Penetrar com o olhar esse princípio,
penetrar por intuição seu caráter enganador, que vela a verdade, pressentir
confusamente que não há diferença entre Eu e Tu, ter o sentimento de que por
tudo e em todos os seres não há mais que uma só e mesma vontade, é o começo e a
essência de toda ética. O mal é aquele que, desde que nenhuma força exterior o
impeça, comete o mal, isto é, um homem que não se contenta com afirmar a
vontade de viver tal qual aparece em seu corpo, mas, além disso, nega a que
aparece nos outros e se esforça por aniquilar-lhes a existência, desde que
entrave o caminho aos esforços de sua própria vontade.
No
caráter mau exprime-se uma vontade imperiosa, que ultrapassa a afirmação de seu
próprio corpo, mas, sobretudo, uma profunda impotência do conhecimento para se
libertar das aparências assim como do princípio de individuação, a ponto de se
manter duro como o ferro na diferença que este princípio estabelece entre sua
própria pessoa e todas as outras; é precisamente porque considera a essência
das outras inteiramente estranha à sua, separada dela por um abismo, e porque
nelas não vê, no sentido literal da palavra, mais que máscaras vazias,
atribuindo-se, com a mais profunda convicção, a única realidade que exista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário